Uma culinária diversificada, vinda de muito longe, praticamente sem processos imigratórios relevantes, mas com personalidade e exuberância. Esta é a gastronomia escandinava, a comida dos Vikings.
O que é a Escandinávia – Região ao norte da Europa e que compreende os países nórdicos como a Noruega, a Suécia, a Dinamarca, a Finlândia e a Islândia. A região tem 50 % de seu território dentro da área polar ártica, com clima severo, principalmente nos meses de inverno. Além da proximidade histórica, geográfica e de linguagem, esses países foram durante 3 séculos a região de maior atuação dos Vikings. Em algumas denominações, também inclui a Groenlândia e as Ilhas Faroe.
Quem foram os Vikings – Esse povo viveu e prosperou durante os séculos 8 a 11 e se estendeu por todo o norte da Europa e Rússia Européia e até mesmo Vinland,o distante continente americano, já após a conquistada Groenlândia.
Segundo recentes pesquisas arqueológicas, devido ao intenso comercio proporcionado pelos Vikings e às explorações e conquistas distantes, o povo Viking gozava de alimentação diversificada apesar das intempéries climáticas. Porcos, carneiros e aves eram intercalados com peixes e frutos do mar. Também eram comuns as frutas e legumes, assim como pão e derivados do leite.
Muitos dos alimentos eram salgados e condimentados, inclusive com a pimenta do reino, importada.
Buscas arqueológicas locais apontam a presença de vinhos importados da França e da Alemanha na mesa dos mais abastados. Os temperos vinham de comerciantes persas e chineses encontrados na Rússia.
Segundo a Revista História, Imagem e Narrativas, a mitologia mostra:
A primeira e mais importante refeição do dia acontece por volta das nove da manhã (e é denominada dagverđ) e se constitui de papas de cereais: centeio, aveia e cevada com pedaços de peixe, majoritariamente arenque, pães feitos com farinha de centeio ou aveia, leite (fervido ou coalhado), mel, frutas como amoras, framboesas e mirtilos e, no caso da Islândia havia também o consumo do skyr, uma espécie de queijo cremoso que até hoje é consumido e fabricado praticamente da mesma maneira da época da colonização viking.
Eventualmente consumia-se cerveja, mais espessa e amarga, lembrando muitas vezes, um caldo grosso, de sabor forte e amargo e nacos de carnes ensopadas ou assadas com pão. A segunda refeição seria o jantar, (nåttverđr) logo após o término dos trabalhos do dia e, uma ceia por volta das vinte e uma horas com uma sopa acompanhada de pão e legumes.
Em sua obra La vida cotidiana de los vikingos (800 – 1050), Régis Boyer faz um estudo detalhado do cotidiano, tanto de camponeses como de fazendeiros e aristocratas e, não deixa de ressaltar a importância das refeições, sua qualidade, alimentos preferidos e também ressalta o seu caráter salutar devido as grandes porções de peixe, legumes, como cenouras, vagens, beterrabas, alho-poró, nabos e as frutas, mirtilos, morangos silvestres, framboesas, maçãs e, claro mel usado em pequenas quantidades pois seu acesso era restrito.
Existem por volta de 800 mil a 1 milhão de Escandinavos Brasileiros, ou seja, descendentes ou que tenham alguma ligação com os países nórdicos.