Tanto os profissionais como os apaixonados por gastronomia têm se beneficiado muito dos eventos promovidos pelas redes hoteleiras internacionais estabelecidas na cidade.
Um dos mais interessantes foi o Festival África do Sul, promovido pelo Grand Hyatt São Paulo em parceria com o Consulado da África do Sul, a South African Tourism e a South African Airways e que contou com vários eventos na programação, como forma de celebrar o país africano e sua cultura, ainda um tanto exótica para os brasileiros.
O hotel mantém um Wine Club com encontros mensais e que desta vez realizou um especial com mais de 50 rótulos dos vinhos sul africanos, com participação especial do sommelier sul africano Eric Welile Botha, além de um bar de Amarula e Rooibois, tradicional chá da região.
Também foi organizado um Wine Dinner elaborado a quatro mãos, pela Chef sul-africana Nompumelelo Mqwebu e pelo Chef residente do hotel em São Paulo, Thierry Buffeteau. Depois foi a vez do brunch temático, com churrasco típico e seus acompanhamentos.
O Olhar Turístico foi convidado a participar de uma Cooking Class com os dois chefs e que se mostrou muito interessante e revelador.
Uma característica da chef sul africana é que ela tem pesquisado e procurado resgatar antigos ingredientes indígenas, incluindo alguns que já desapareceram do cotidiano do país.
A experiência gastronômica foi muito diferenciada, desde o início, com a apresentação de um aperitivo inicial feito a base de fermentação de frutos e que recebe um quantia de açúcar como forma de balancear a acidez. A bebida servida viva, com o tempo aumenta o teor de álcool no copo ou garrafa.
Um dos preparos apresentados pela chef foi o Kuruku, prato feito a partir de um tubérculo encontrado na África, porém somente em duas regiões específicas da África do Sul. Porém o vegetal é muito parecido com o Inhame, e foi possível passar aos participantes o processo de cozimento, texturização e confecção de nhoques. Isso mesmo, nhoque de inhame. O preparo ficou macio e similar ao original de batatas e a massa do vegetal também pode ser recheada de legumes,
A Shakalaka foi apresentada como uma receita que representa a mistura dos povos que habitam a África do Sul, como os asiáticos e europeus, além dos indígenas.
Por isso em seu preparo foram utilizados cebolas, pimentas verdes e vermelhas um preparo especial de masala e feijão.
Nota de Degustação:
O feijão traz fortes influência inglesa, com sabor adocicado do baked beans, mas com a personalidade do tempero africano.
O momento mais exótico desta oportunidade gastronômica foi o corte de Kudu, uma espécie de antílope da África, que apresentou neste preparo a carne macia e mais consistente do que a bovina, porém com baixíssimo teor de gordura e com sabor realçado.
Fica a imagem de um evento memorável, um dos poucos que trouxeram a cozinha africana para o conhecimento dos paulistanos. Parabenizamos o Grand Hyatt e os demais parceiros pelo compromisso com a gastronomia e pela coragem de apresentar uma cozinha tão exótica, mas de grande valor e que merece ser melhor descoberta.
Links: