Ao Brasil, assim como a todas as regiões envolvidas no Colonialismo do Ocidente foram impostos a Galinha, o Porco e o Boi, conforme o sociólogo Carlos Alberto Doria. Como os bovinos não são nativos do continente, assim se inicia já em 1534 a evolução da carne bovina no Brasil, vinda então por intermédio dos Portugueses, e transportadas do Arquipélago de Cabo Verde, na África.
Ainda segundo o pesquisador, os bovinos foram usados durante o século XVI, para atender a necessidade de força nos engenhos de cana de açúcar e assim distribuindo-se numa primeira etapa pelo litoral brasileiro, notadamente no Nordeste. Além de atender as necessidades de tração e transporte, a carne era salgada apenas para alimentar os escravos.
Nos séculos seguintes houve a transferência de alguns criadores para o Sul do país. Porém lá, o interesse seria apenas pelo couro que também era levado para abastecer o mercado europeu. Segundo Doria, a carne era deixada no pasto para os outros animais, para as feras e para os índios.
No século XVII o gado se desenvolveu nas pastagens do Sul do Brasil, mas com animais da Bacia do Prata, vindas por meio dos missionários espanhóis. Posteriormente animais seriam capturados nas pradarias gaúchas e levados par venda pelos tropeiros, nas regiões de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A partir de então surgiram as “charqueadas” que abasteciam os centros urbanos com carne salgada e seca ao sol. Somente em 1913 esse sistema foi substituído pela indústria frigorífica. Foi então que multinacionais inglesas e norte americanas como Anglo, Wilson, Swift e Armour dominaram o mercado durante a primeira metade do século XX. Logo após, em 1915 seria criado o SIF (Sistema de Inspeção Federal).
O primeiro registro da entrada de um animal da raça indiana xebu no Brasil foi em 1813 em Salvador. Nas décadas seguintes entrariam inúmeros exemplares destes animais para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além da Bahia. Os reprodutores vieram a partir de 1875 e posteriormente, pecuaristas do Triângulo Mineiro importaram grandes lotes tornando-se a região posteriormente referência em criação e adaptação da raça no Brasil.
Porém foi somente em 1960 que as importações geraram a linhagem Nelore, raça predominante no rebanho brasileiro. As principais e mais importantes características destes animais é que eles se adaptam bem ao regime de pasto, são resistentes aos parasitas, não possuem chifres, sua fertilidade é elevada e atualmente já ultrapassam os 4 milhões de animais registrados.
No mesmo período de meados do século XX, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa em Agropecuária) trabalhava intensamente na melhoria da Brachiaria sp, que entrou pela Amaxônia e se expandiu por todo o território nacional, notadamente no Centro Oeste. Essa expansão corroborou na expansão do rebanho de 90 milhões de cabeças em 1970, para 200 milhões em meados de 2000.
O Angus Beef Brasil inicia sua saga no Brasil em 1906 oficialmente. Os criadores e pesquisadores brasileiros conseguiram ao longo de anos adaptar essa raça para inseminação em todo o Brasil. Originalmente esses animais são de clima frio, por isso foram há muito difundido em países como Estados Unidos, Argentina, Austrália, Nova xelândia. São bovinos precoces, de potencial carniceiro alto e atualmente é referência de sabor e maciex.
A fundação da associação dos criadores desses animais só surgiu em 1963 oferecendo principalmente informação para a sociedade, sobre as características e qualidades desta carne. O sucesso desta raça no Brasil se deve aos campos férteis, aos rebanhos puros no Sul do país e aos esforços em pesquisas e inspeção, que já desde 2003 acontece em mais de 40 indústrias no país. O Angus Brasil se tornou assim uma das alternativas de criação mais vantajosas em diferentes regiões do Brasil.
Atualmente a produção desta carne no Brasil é certificada pela européia TÜV Rheinland, o que permite milhões de novilhos carniceiros por composição genética e com carcaças pesadas, perfeitamente acabadas, dentro dos mais rigorosos padrões internacionais de qualidade. Esta carne já é exportada para mais de 20 países, principalmente para o exigente Oriente Médio.
Com sistemas pastoris aliados a uma agricultura forte que maximixam a produção e o confinamento para o mercado premium, com investimentos em pesquisa científica, sanidade e melhoramento genético, o Brasil tem hoje o maior rebanho comercial do Mundo, com 9,7 milhões de toneladas por ano. Essa produção representa 23,5% do PIB Nacional e 80% atende o mercado interno. Exporta-se carne para 180 países sendo os principais mercados China, Egito, Rússia, Irã e União Europeia.
1999 – Programa de Qualidade Nelore Natural
2001 – Programa Carne Certificada Hereford
2003 – Programa Carne Angus Certificada
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