O nome é em homenagem ao Senhor Garabed, o fundador da casa e imigrante armênio que veio para o Brasil na época do triste episódio histórico envolvendo o Império Turco Otomano.
O seu restaurante sempre foi numa ladeira do bairro de Santana, que se inicia na Rua Alfredo Pujol, já uns 150 metros ladeira abaixo. Roberto, filho do Sr. Garabed nos conta que seu pai trazia os mantimentos e lenha ladeira acima, quando ainda a rua da então padaria armênia era intransitável.
Força e determinação que valeram à pena, pois hoje seu restaurante é um dos mais reconhecidos de São Paulo. A padaria da época fornecia pães armênios e outros como os que conhecemos. Os filhos do Roberto já estão trabalhando nas duas casas da família, portanto a Casa Garabed já se encontra em uma terceira geração, sempre mantendo a qualidade e o compromisso com a tradição da cozinha armênia e árabe.
Há muitos anos as famílias armênias, libanesas, sírias e árabes desta da região norte da cidade levavam seus recheios de esfiha para a padaria e lá encontravam a massa e o forno de 25 m2 à lenha, construído entre 1948 e 1951, onde deixavam assando enquanto iam à missa.
Depois do culto, voltavam e levavam suas esfihas quentinhas para casa. O restaurante continua quase sem identificação na fachada, para manter a qualidade no atendimento aos já clientes e conhecidos da casa. Os salões lembram uma casa idônea, com azulejos antigos na parede e pisos que remontam uma outra época. Muito simpático e aconchegante.
Até hoje as esfihas são feitas no mesmo forno em um local que consegue manter o clima nostálgico do Sr. Garabed. E elas já foram reconhecidas como as melhores de São Paulo por varias publicações da cidade. A massa fica descansando para ser assada durante o período certo. Se não forem para o forno devem ser descartadas.
As esfihas aqui são montadas e preparadas na hora, à vista dos clientes e não ficam expostas em vitrine ou tem produção em série. Portanto a massa esta sempre fresquinha e crocante. O tamanho maior da massa vem acompanhado de um aroma irresistível. A mais pedida da casa é a de Carne com Alho (em destaque). Simplesmente marcante, pois o alho é picado no momento da montagem da esfiha.
Mas o maior traço da gastronomia armênia é seu prato principal, o Bastrmá. Na verdade este nome representa uma forma de confecção da carne, o qual envolve o processo de prensagem, secagem e curagem da carne, podendo levar até 30 dias. Depois ela leva uma cobertura chamada Chemen (coloral, alho, pimentas….). Esta cobertura é passada uma vez, secada e passada novamente, até que esteja com a cobertura completa da peça de carne que vai para a geladeira.
Esta carne curada fica com uma consistência e sabor marcantes e é utilizado de várias formas pela culinária armênia. Aqui encontramos o Bastrmá para ser degustado sozinha como aperitivo ou como recheio nas esfihas, também muito típicas. A de Bastrmá vem coberta de carne e azeite de oliva extra virgem . Preciosa!
Outro prato típico e já um pouco menos conhecido é o Maduzonv Kiofté. São quibes assados, que depois são cozinhados para dar consistência, feitos um a um e recheados com carne e relevante quantidade de snobar. Depois são cozidos na coalhada fresca com especiarias. Acompanha pão sírio quentinho ou torradas de pão sírio.
Como em toda boa casa armênia ou árabe, os doces de semolina estão expostos, porem aqui eles são recheados.
Um lugar que vale a pena.
Casa Garabed
Rua José Margarido, 218 – Santana
São Paulo – SP
(11) 2976-2750
www.casagarabed.com.br