Sommelier ensina a cuidar do vinho em casa e afirma: “não é preciso ter uma adega climatizada”
Adega climatizada, taças sofisticadas e preços altos são coisas que não precisam estar associadas ao vinho. O Sommelier Rodrigo Bertin, criador do projeto Vinho Mais, explica que armazenar vinho em casa pode ser muito mais simples e barato. “Tem gente que acha que precisa de adega climatizada, mas isso é um mito”, explica.
Antes de explicar sobre a melhor forma de manter as garrafas de vinho em casa, Rodrigo Bertin explica que a temperatura ideal para varia de 6ºC para vinhos brancos ou rosé, a 15ºC para vinhos tintos. “Os vinhos tintos com uvas Pinot Noir, Merlot ou Gamay, menos encorpados, podem ser consumidos com um pouco menos de temperatura”, conta.
Um cantinho escuro para guardar
O sommelier conta que as garrafas de vinho devem ser armazenadas em um local arejado e sem oscilação de temperatura. “O mais importante é deixa-las em local que não receba muita luz natural ou artificial, justamente para evitar que elas esquentam”, ensina. Aqui, vale a regra de ouro conhecida pela maioria das pessoas: manter as garrafas deitadas. “É importante que a rolha fique sempre úmida para não ressecar e se desmanchar quando for aberta”, destaca o especialista.
Os cuidados mais específicos com o vinho devem ocorrer depois que a garrafa foi aberta. “Antes mesmo de abrir, caso ela tenha sido armazenada à temperatura ambiente, é importante levar à geladeira”, explica o especialista. “O vinho tinto se resfria o suficiente após 20 minutos na geladeira, mas o vinho branco, rosé ou espumante pode permanecer por uma hora refrigerando, ou então 20 a 30 minutos no congelador, com muito cuidado para que não congele”, ensina.
Depois do brinde
É depois de retirar a rolha que surgem as dúvidas. “Muita gente acha que o vinho não pode ser armazenado depois de aberto e que a garrafa deve ser completamente consumida, mas isso não é verdade”, explica Bertin, aliviando aqueles que não querem desperdício, mas também não desejam beber demais. “O problema é que muita gente acha que a garrafa vai sobreviver por mais de uma semana, sendo que ele vai oxidar neste tempo”, alerta. “O vinho não estraga de um dia para o outro, mas não dura tanto”.
Após abrir a garrafa e consumir uma ou duas taças, Rodrigo Bertin sugere recolocar a garrafa na geladeira, desta vez em pé. “O segredo é reduzir ao máximo a superfície de contato do vinho com o oxigênio, para não oxidar tão rápido”, explica, justificando que a garrafa deitada aumentaria o contato do líquido com o ar. Se isso for feito, a bebida permanece boa para consumo por mais dois ou três dias. “Os mais alcoólicos e encorpados duram mais que os leves”, explica.
Dois segredos para o vinho durar mais
Se esses poucos dias não são suficientes, o sommelier ensina dois truques que podem aumentar a vida útil da bebida. “O primeiro é passar o vinho restante da garrafa grande, de 750ml, para uma menor, de 375ml, e guardar na geladeira da mesma forma, em pé e com a rolha bem colocada”. Assim, o processo de oxidação será retardado por mais um ou dois dias.
A tática mais eficiente, no entanto, é utilizar uma bomba a vácuo para reduzir ao máximo o contato do vinho com o ar externo. “É um acessório fácil de ser encontrado que funciona como uma tampa especial para a garrafa”. O sommelier destaca que os vinhos mais encorpados permanecem bons para consumo por mais uma semana se for utilizada a bomba a vácuo. “Considere cinco ou seis dias em caso dos vinhos mais suaves e menos alcoólicos”.