Sempre aos terceiros sábados do mês, o Trem Expresso Turístico parte da Estação da Luz em São Paulo para a cidade de Mogi das Cruzes, na Região do Alto Tietê, Estado de São Paulo. Esta oportunidade rara de experiência ferroviária no Brasil resgata a importância do transporte sobre trilhos e seu potencial para o turismo regional.
Sem dúvidas o ponto de partida é charmoso. A Estação da Luz aberta ao público em 1901, representa um marco da arquitetura de São Paulo, com estruturas trazidas da Inglaterra no estilo do Big Ben e Abadia de Westminster, em Londres. O prédio de 7.500 m2 que ladeia o Parque da Luz abriga, além da importante conexão metro – ferroviária, o Museu da Língua Portuguesa. O clima provocado pelos arcos metálicos e as antigas luminárias é como um portal para outra época da cidade de São Paulo.
O Expresso Turístico é composto por uma locomotiva de 1952 e dois carros de passageiros fabricados no Brasil na década de 60. Dentro da Estação, a entrada para os passageiros do Expresso é exclusiva e com acesso tranquilo. Além dos turistas, ocupam os carros, funcionários uniformizados à caráter, aventureiros e bikers. São disponíveis banheiros limpos em cada carro e há um espaço destinado para as bikes também.
O apito toca, os primeiros solavancos compassados avisam que o trem está saindo e começa a jornada de aproximadamente 2,5 horas até a estação de Mogi das Cruzes.
Há pouco mais de 100 anos esta seria uma oportunidade festejada pelos aristocratas, personalidades e autoridades da época, mas apesar da história, mas durante o percurso, a paisagem não bucólica demonstra a desigualdade gritante entre camadas sociais na Grande São Paulo e assim vai até os limites da cidade destino. Por vezes alguma edificação antiga salva um foto rápida. Fechar as cortinas e aproveitar o balanço sonoro da composição talvez provoque maior nostalgia e aproveitamento de uma conversa ou um livro.
Mogi, apesar de quase meio milhão de habitantes mantém vibe de cidade do interior. A experiência turística no principal município do Cinturão Verde de São Paulo mescla natureza e herança história com a cultura dos imigrantes que formaram a cidade. Além de construções antiquíssimas, propriedades rurais tem se organizado para receber turistas e visitantes interessados em entretenimento e relaxamento.
Atualmente 17 empreendimentos exploram o convívio com a natureza, a sensação de paz e as culturas agrícolas em passeios e visitas programadas. É possível percorrer trilhas, fazer caminhadas e passeios equestres, assim como pescar ou simplesmente apreciar a natureza em algumas propriedades. Em outras, conhecer a cultura das orquídeas, a fruticultura e a gastronomia de um dos municípios responsáveis pelo abastecimento de São Paulo.
Um dos melhores exemplos destes atrativos de agroturismo é a Fruticultura Hoçoya, premiados cultivadores de caqui, atemoya, lichia e nespera. Na propriedade, além de conhecer as plantações, também pode-se adquirir os alimentos pelo processo de colhe e pague. As frutas são maiores e muito mais saborosas quando colhidas para consumo direto, em suas devidas estações.
A Fazenda 5 Pedras demonstra a capacidade de adaptação das estruturas para a prática do turismo rural. O local que já foi uma produtiva fazrenda de leite, atualmente tem uma taberna instalada dentro dos silos onde se guardava o feno e um espaço de eventos no antiga cocheira dos animais.
Do lado histórico, o bairro de Sabaúna ainda conserva a antiga Estação e algumas casas de funcionários da estrada de ferro, uma caixa d`água centenária que servia os trens e ruas tranquilas de paralelepípedos. No local funciona um pequeno mostruário de peças que contam a história da atividades férrea regional.
Serviço
Informações sobre Turismo na Cidade de Mogi das Cruzes:
www.mogidascruzes.sp.gov.br/turismo/