Uma das mais valorizadas faces da gastronomia francesa está na pâtisserie. Além de grandes criações é responsável por incorporações de influencias gastronômicas memoráveis.

Em especial, as receitas de massa e recheio para tortas e doces foram trazidas para a Europa no retorno das Cruzadas e lá foram desenvolvidas e elevadas a outro estágio. Os chefs franceses e italianos renascentistas trouxeram para as mesas doces diferenciados e que foram considerados arte por escritores da época (séc. XVII e XVIII).

O Mil Folhas é considerado como prato de origem ancestral pelos mais antigos escritos de gastronomia (século XVII) e pode ser descendente da Baklava, doce de massa folhada original do Oriente Médio e Grécia.

Seu nome e história estão ligados de alguma maneira a Napoleão e assim é conhecido em muitos países, como na Inglaterra por exemplo. Na verdade o nome foi uma corrupção do nome Napolitano. Pode ter sido desenvolvido por Antonin Careme que com ele iniciou a apresentação de doces intercalados em massa folhada nas mesas dos grandes banquetes para a alta sociedade e aristocracia.

Originalmente eram expostos em cada ponta da mesa em meio ao Buffet montado e tinham o tamanho grande. Detalhe, seu formato evoca a arquitetura da época napoleônica.

Mil Folhas do Novotel, presente no Festival Francês.

O doce francês é composto originalmente por três camadas de massa folhada intercalada com creme e coberta com açúcar de confeiteiro e atualmente é encontrado em tamanhos pequenos.

Mas muitas outras versões já foram criadas ao longo do tempo e em muitos países diferentes. Das Filipinas ao Chile passando pela África e praticamente todos os países da Europa, todos desenvolveram sua versão da iguaria. Até na Nova Zelândia o doce é difundido, mas com cobertura de kiwi! Uma das mais populares versões na Europa é a italiana que é feita com queijo e espinafre. E mais, na Austrália existe até campeonato de melhor mil folhas.

No Brasil é conhecido como Mil Folhas e freqüenta balcões de padarias há muito tempo. Mesmo antes da abertura de muitos restaurantes franceses na cidade, a iguaria já fazia parte do universo de doces de São Paulo.

Mil Folhas do extinto Il Fournil, considerado o melhor da América Latina

Porém a cidade passou a receber opções renomadas como a do extinto Le Fournil no Novotel que chegou a deter o título de melhor Mil Folhas das Américas pelo New York Times. Atualmente existem versões francesas e de outros países também.

Mas apesar do tempo passar, a receita continua presente no cardápio francês.
Onde encontrar Mil Folhas:
Festival Francês – Restaurante 365 (Novotel Jaraguá)
Restaurante Pobre Juan (Shopping Cidade Jardim)

Mil folhas de doce de leite do Pobre Juan