Um dos prédios históricos que compõe o Quarteirão Paulista, o Theatro Pedro II é sem dúvida a maior atração cultural da cidade do interior Paulista.
O Quarteirão Paulista é formado por três prédios na Praça XV de Novembro e abriga além do Theatro Pedro II, o antigo Palace Hotel (que hoje é ocupado por uma casa de cultura) e o tradicional Pinguim. O projeto é do início do século XX e foi idealizado pelos proprietários da Cia Cervejaria Paulista.
O grande teatro de 6.500 m2 foi inaugurado em 1930 e seu nome foi resultado de um concurso promovido pela imprensa local. Os frequentadores da alta sociedade utilizavam passagens secretas que ligavam o teatro aos hotéis vizinhos.
Durante décadas o teatro recebeu grandes companhias teatrais e operísticas do exterior, depois foi transformado em cinema e salão de baile. O prédio ainda iria sofrer um incêndio na década de 80 e só então foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo).
A restauração veio uma década mais tarde e a reforma durou cinco anos e o teatro foi reinaugurado em 1996 com com um concerto da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e o Coral do Teatro Colón, de Buenos Aires, apresentando a abertura Il Guarany de Antônio Carlos Gomes e a Nona Sinfonia de Ludwig van Beethoven, respectivamente sob regência dos maestros Roberto Minczuk e Isaac Karabtchevsky, contando ainda com a presença de Fernando Portari (tenor solista).
O restauro das características arquitetônicas originais recuperaram o Pedro II e ampliaram suas funções, transformando-o no segundo maior teatro de ópera do país em capacidade de público. O Pedro II fica atrás apenas do Teatro Municipal de São Paulo.
Na fase de reforma, a cúpula metálica da plateia principal foi reconstruída e a caixa cênica rebaixada em seis metros. Foi criado um subsolo com mais dois níveis: espaços para serviços de apoio artístico, oficina de cenário, carpintaria e almoxarifado técnico. O prédio possui um teatro de câmara no subsolo com capacidade para 200 pessoas. O Teatro Meira Júnior tem porte para espetáculos ou palestras. O quarto pavimento foi adaptado para abrigar uma sala com infraestrutura para ensaios.
Novos recursos foram introduzidos ao teatro, como mecânica cênica e infraestrutura de serviços, como elevadores especiais, painéis acústicos, sistema computadorizado de iluminação e de climatização, camarins e mecanismos de combate a incêndio.
O projeto da cúpula foi assinado por Tomie Ohtake. Para cobri-la foram feitas duas cúpulas de gesso estrutural, uma delas recortada. Entre elas foram afixadas lâmpadas especiais, que fazem varar luz por entre os recortes, criando um efeito escultural. Um lustre de cristal de 1.400 quilos, com 2,70 metros de altura por 2,2 metros de largura completa a obra.
Uma equipe de aproximadamente dez especialistas procedentes da região de Ouro Preto e Belo Horizonte (MG) recorreram a plantas do projeto original, fotos de época, documentos textuais e até entrevistaram antigos moradores da cidade para levantar informações para o restauro.
O foyer, também conhecido como Sala dos Espelhos, foi recuperado. Ela comporta três lustres de cristal em estilo art déco. Das seis fiadas de espelhos que recobrem as paredes, três foram preservadas e restauradas por serem de cristal bisotê italiano. As demais permanecem em vidro nacional, como à época da construção do teatro. Uma descoberta na Sala dos Espelhos foi a da extinta técnica do spolvero – considerada uma raridade arquitetônica – na pintura decorativa que emoldura todo o espaço. A Sala dos Espelhos pode receber apresentações de música de câmara, solos instrumentais e recitais de canto lírico.
Atualmente o teatro pode ser visitado por meio de visita guiada e sua agenda comporta shows de música, peças teatrais, concertos e espetáculos de dança.
Foto da capa: Carlos Natal
Serviço
Theatro Pedro II
End.: R. Álvares Cabral, 370 – Centro, Ribeirão Preto – SP
Fone: (16) 3977-8111
http://www.theatropedro2.com.br/
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