Mais uma vez o Shopping JK, na capital paulista recebeu um dos mais importantes eventos enológicos da América do Sul, o Vinhos de Portugal.
Novamente, apesar da extensa programação paralela, o destaque foi para a oportunidade de degustação dos vinhos, com a presença de dezenas de produtores dispostos a apresentar em detalhes a rica enologia cultivada em terras portuguesas.
Este ano foram mais de 600 rótulos para degustação, em sessões de duas horas com intervalos. Esta representa a melhor oportunidade de conhecer os diferentes terroirs de Portugal, as técnicas centenárias de produção, as vinhas velhas e os excelentes produtos de cada região produtora.
A seguir, os melhores rótulos provados, em nossa opinião. Os vinhos são considerados pelo impacto em boca e por sua história peculiar.
Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas
Este vinho é uma ótima representação do que há de melhor em tintos no Douro. Um vinho com uvas provenientes de vinhas velhas com mais de 70 anos, da região demarcada mais antiga do Mundo. Por aí pode-se imaginar a estrutura e complexidade deste vinho que tem estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês e americano.
A concentração provocada pelas vinhas velhas e a combinação perfeita de frutas e madeira bem integradas fazem deste vinho equilibrado e persistente um dos melhores de Portugal.
Quinta do Vallado Touriga Nacional
Ainda no Douro, agora um varietal da principal cepa da região, a Touriga Nacional. Produzida na Quinta construída em 1716, este vinho já teve pontuação alta (92 pontos em 2015) no Robert Parker, um dos principais termômetros da crítica enológica mundial.
Espere por um aroma concentrado, carvalho e frutos vermelhos maduros, taninos maduros e final fresco. O Quinta do Vallado, após fermentação malolática tem maturação de 16 meses em barricas de carvalho francês de diferentes idades de uso. Por isso os taninos embora pronunciados sejam redondos.
Aragonês da Peceguina
Do Douro para o clima quente do Alentejo mais ao sul de Portugal. Nesta região a uva Aragonês (chamada de Tinta Roriz ou Tempranillo em outras regiões) produz vinhos encorpados e aromáticos.
Este vinho, também já premiado internacionalmente é produzido a partir de uvas colhidas nas primeiras horas da madrugada e tem maturação em barricas de carvalho francês durante 18 meses. Apresenta muita fruta, tabaco, textura magistral e 15% de teor alcoólico.
Adega de Pegões Colheita Selecionada Branco
Aqui o frescor dos vinhos da Península de Setúbal, de região próxima do Mar e com solo pobre e arenoso, configuram um terroir único.
Este Blend branco é composto de 5 uvas e apresenta ótima estrutura, frescor e persistência. As uvas são maceradas levemente antes da fermentação de 3 meses em carvalho americano e francês.
Blend:
30% Fernão Pires, 25% Verdelho, 25% Antão Vaz, 10% Chardonnay and 10% Arinto.
Informal Luís Pato
A Família produz na região da Bairrada desde o século XVIII e Luís Pato foi o primeiro a engarrafar vinhos após a demarcação da região.
Neste espumante Luis Pato utiliza as uvas de sua preferência, a casta tinta Baga ,vindimadas na primeira colheita de agosto e de uma parcela única de vinhas, a Vinha da Panasqueira, com apenas 6 hectares.
O solo de argilo-calcário impõe mineralidade, framboesa e um certo defumado. Além de produzir ótimos vinhos, Luis Pato traz sua simpatia e paciência para o Vinhos de Portugal todos os anos, afim de explicar as particularidades de sua produção.
Por estes e tantos outros vinhos e produtores é que o Vinhos de Portugal representa uma das melhores oportunidades para conhecer e degustar as muitas facetas do universo do vinho neste país ibérico.
Aguardemos o próximo ano!