Sinais arqueológicos mostram que antes destes, já os Fenícios e mais tarde os Gregos comercializavam os vinhos da região do Alentejo, durante seus períodos de ocupação do país.
Ainda hoje são utilizadas as Talhas de Barro usadas para fermentação de mostos e posterior armazenamento do vinho, prática comum introduzida pelos Romanos, que foram também responsáveis pela primeira aventura internacional dos vinhos Portugueses, por meio de exportação da bebida para Roma. O Cristianismo disseminado pelo Império Romano garantiu e expandiu a cultura do vinho no Alentejo.
Mas as vinhas da região sofreram golpes profundos durante a invasão Muçulmana no séc. VIII ficando enfraquecida até a formação do Reino Lusitano. No séc. XVI as plantações já floresciam e davam corpo aos vinhos de Évora, entre outros.
De lá pra cá a Guerra da Independência, a filoxera, as grandes guerras mundiais e crises econômicas fizeram o cultivo dos vinhos do Alentejo encolherem a dimensão apenas de culturas domésticas. Só a partir da década de 40 doséculo passado, o movimento associativo dos produtores fez ressurgir a glória do vinho Alentejano.
A região, em sua maioria plana desfruta de condições específicas de clima e solo que caracterizam a Denominação de Origem Controlada “DOC” Alentejo. Esta região é identificada por diferentes sub regiões de cultura do vinho, por exemplo
Portalegre
Borba
Évora
Redondo
Reguengos
Granja-Amareleja
Vidigueira
Moura
e as “herdades” presentes em alguns nomes são as terras onde são produzidos.
Em Setembro foi realizada uma grande degustação deste vinhos no Hotel Intercontinental, com a participação de 30 representantes de vinhos daquela região. No geral os vinhos eram de alto teor alcoólico, alguns mais complexos, outros com delicados, mas em sua grande maioria, vinhos destacáveis.
O Ervideira Invisível Branco por exemplo, tem este nome pois é feito com casta tinta. Mas o processo de fabricação o deixa com a coloração praticamente transparente, clara. Sua uvas são coletadas durante a vindima noturna. Composição é de Aragonez, também chamada de Tinta Roriz em Portugal ou Tempranillo na Espanha. Tem boa acidez, com aromas de chá, hortelã e casca de lima. .O seu final é elegante e harmoniza bem com sushi e frutos do mar.
A Herdade do Peso apresentou o Trinca Bolotas, cujo suíno típico da região, o “boloteiro”, se alimenta exclusivamente de bolotas e representa um símbolo da região assim como os vinhos do Alentejo. Um vinho levemente encorpado, com taninos perfeitos e acidez fresca que é mantiodo em barrica por seis meses. Uvas Alicante Bouschet (44%), Touriga Nacional (40%) e Aragonêz (16%). A Alicante Bouschet pode ser sentida na coloração, no volume e nos aromas, já a Touriga Nacional dá um toque floral e o Aragonês fecha com aromas de frutas. Vai bem com carnes.
Após a degustação fica a impressão de que, de cada 10 vinhos do Alentejo, pelo menos 8 a 9 são muito bons. Viva o vinho Português !!!